Hospital de Belo Horizonte testa uso do Hyper Slim para prevenção de trombose em pacientes de UTI

Estudo compara tecnologia com método de compressão pneumática, utilizado mundialmente para profilaxia mecânica do tromboembolismo venoso

O Hospital Vera Cruz, em Belo Horizonte (MG), conduz um estudo científico para avaliar o uso da tecnologia Hyper Slim, da Medical San, na prevenção de trombose venosa profunda em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. O equipamento, originalmente usado na área estética, aplica pulsos eletromagnéticos de alta performance para provocar contrações musculares.

A pesquisa é coordenada pelo médico Eduardo Fonseca Sad, com participação dos especialistas Dr. Eduardo Ramacciotti, Dra. Bruna Bicalho, Dra. Iva Mara e Dr. André Bernadeli. O objetivo é verificar se o aparelho, aplicado por 30 minutos três vezes ao dia, tem eficácia semelhante à da compressão pneumática, método mecânico adotado mundialmente para pacientes que não podem receber profilaxia farmacológica.

Segundo Dr. Sad, a ideia surgiu ao observar a contração muscular gerada pelo equipamento. “A contração é um dos mecanismos importantes de bombeamento do fluxo venoso no membro inferior. Vimos que poderia aumentar a velocidade do fluxo e, assim, reduzir o risco de trombose”, afirmou.

O estudo prevê a inclusão de 50 pacientes com contraindicação ao uso de anticoagulantes. Eles são divididos aleatoriamente em dois grupos: 25 recebem o tratamento com o Hyper Slim e 25 com a compressão pneumática. Entre os parâmetros avaliados estão a ocorrência de trombose, medida por exame de Doppler após o término do protocolo, tolerância ao tratamento, alterações musculares e possíveis lesões de pele.

De acordo com o coordenador, o aparelho é utilizado da mesma forma que na estética, mas adaptado para aplicação exclusiva nas panturrilhas, com intensidade de 50% a 60% da contração máxima. Os dados preliminares de dez pacientes mostram boa tolerância ao método, sem alterações significativas nas enzimas musculares ou efeitos adversos relevantes.

Dr. Sad afirma que, além da prevenção de trombose, a tecnologia poderia ter outras aplicações na UTI, como auxiliar na recuperação muscular e respiratória de pacientes críticos ou no tratamento de doenças neuromusculares degenerativas.

O projeto já teve o protocolo aprovado para publicação em revista científica e deve ser concluído até o início de 2026. Os resultados serão submetidos a periódicos internacionais e apresentados em congressos da área.

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